quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O perigo do ódio coletivo



O caso da estudante Geisy Arruda, que chegou a tomar bom espaço da mídia internacional semana passada, expulsa da faculdade Uniban por ter frequentado a entidade trajando roupas provocantes traz à tona uma realidade bem comum nos meios sociais.

Em que pese a atitude, em minha opinião, exagerada da entidade ao expulsá-la (mesmo que reintegrada posteriormente).

Em que pese a atitude da própria, que mesmo diante de tantas desculpas, parecia mesmo querer se mostrar com tais trajes.

Mas o mais alarmante é o perigo do ódio coletivo. Manifestações de hostilização isoladas são comuns em qualquer situação. Mas o que se viu, e se noticiou, foi a investida coletiva de dezenas de jovens, tomados por um sentido coletivo de indignação, o que levou a romper a barreira da comunicação verbal e adentrar ao campo da agressão física.

Mesmo que 10/20 pessoas viessem a ofendê-la moralmente, mesmo que politicamente incorreta, seria uma atitude de protesto, que partindo de alunos ingressantes numa universidade, qual forma mais racional não seria do que reclamar junto à direção de tal entidade?

Mas a agressão física não tem justificativa em caso algum.

Claro que muito se exagerou também. A tal vítima não teve ferimentos. Mas as imagens mostram que a hostilização esteve sim bem avizinhada à agressão.

Isso remonta outros casos onde o ódio coletivo atropela as raias do bom censo e respeito às diferenças.

Briga de torcidas organizadas. Invariavelmente quando ocorre, muitos torcedores de um mesmo time, agridem, destroem propriedades e até tiram a vida de torcedores rivais, sem pensar em consequências ou na própria razão do ato em si. O que importa nesse caso é defender o gosto por seu time, mesmo que cause prejuízos vitais a outros.

Talvez a origem deste ódio coletivo seja o mesmo que as crianças que nascem em berços judeus e palestinos têm. Elas aprendem a odiar antes de entender o conflito secular. Quando juntas ou em bando, transformam aquele ódio em combustível para destruição.

E assim foi em muitos casos, aqui mesmo no Brasil, de skinheads contra homossexuais e por aí vai.

Parece que a total perda de controle, quando de defende um simples ponto de vista, faz com o esses integrados percam a noção de que agredir, fazer mal, matar alguém que não esteja de acordo com os seus pontos de vista, seja uma solução prática para engrandecer sua causa.

Muitas explicações podem ser jogadas ao vento nesses casos. Falta de educação familiar, falta de
comportamento cristão, a convivência violenta do jovem do século 21, impunidade judicial. Ou todas elas juntas. Seja como for, o ódio coletivo está se tornando infelizmente um perigo cada vez mais próximo da sociedade.

É o homem investindo contra o próprio homem. Apenas por uma diferença de pensamentos e filosofia.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Um ótimo exemplo do emprego do dinheiro público



É uma característica muito comum do ser humano reclamar. Quando algo não vai bem, antes mesmo de pensar em soluções é instintivo a atitude de reclamar.

Quando pensamos então nos serviços públicos que nos abastecem nesse país, virou na verdade uma mania nacional.

Claro que não podemos deixar de responsabilizar os orgãos governamentais por tão lastimável desabastecimento popular, no que tange a saúde, a educação, a segurança.

Mas gostaria de fazer algo diferente hoje. Elogiar um serviço público.

Necessitei hoje de um deles, e pela primeira vez fui conhecer o tal progama Poupa Tempo, do Governo de SP.

Quando adentrei ao posto de atendimento do serviço fiquei maravilhado com o que vi.
Instalações enormes, bem planejadas, atendentes para informação a cântaros.
Um deles me indicou o setor no instante que ficou sabendo da minha necessidade. Quando me dirigi ao tal setor, outro atendente me encaminhou para a área do serviço desejado. Um setor de triagem adiantou os documentos necessários para meu propósito, me entregou uma senha e me encaminhou à sala de espera. Em menos de 5 minutos o luminoso chamava meu número e confortavelmente sentado fui atendido com simpatia e agilidade pela encarregada do serviço. Até o atendimento foi diferenciado, com ela me questinando se eu havia entendido e se tinha mais alguma dúvida. E ao final, um suporte com um teclado para o cidadão avaliar o serviços prestados. Sinal claro de que, pelo menos, está sendo medido e avaliado pelo cidadão os serviços deste programa.

Saí de lá com sensação de que faz muito tempo de um serviço público não me deixava tão satisfeito, a ponto de não me recordar de outro tão positivamente prestativo.

Se olharmos do ponto de vista racional, não temos obrigação de elogiar algo que é obrigação do governo, atender a contento ao cidadão.

Mas estamos tão acostumados com o deserviço, desrespeito e a burocracia de nossos adorados órgãos públicos que nos dá prazer dizer que um deles funciona como deveriam funcionar todos.

Pelo que pesquisei, são 15 postos em todo o estado, sendo 11 no interior.

A gente se enche se satisfação em saber que finalmente o dinheiro público está sendo empregado num programa que realmente atende à pópulação.

Quem dera se todo serviço público funcionasse dessa maneira.

Quem sabe os governos estadual e municipal, não adequem os demais serviços públicos utilizando o padrão Poupa Tempo.

Assim quem sabe, essa mania nacional de reclamar não perca forças nas próximas décadas.