quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Brasil: uma empresa que não sabe contratar seus funcionários



Tão em voga, como sempre ocorre em cada processo eleitoral, os comentários acerca das campanhas de rádios e TV, onde são lançados jargões, jingles ou slogans de cunho humorístico, protagonizados por candidatos conhecidos pelo povo por sua participação em outras áreas, como artistas, cantores ou jogadores de futebol.

Há décadas já é fato que campanhas sérias, com propostas sérias não chamam mais a atenção do povo. O descrédito com escândalos de corrupções e o fracasso dos serviços públicos fez com que "promessas de campanha" ou "plataformas" tenham sobre nós um índice zero de solidez ou crenças. O povo prefere se divertir, se atentando a candidatos exóticos, que se utilizam do humor para angariar votos. Mas isso não é só aqui, ou alguém poderia me dizer qual outro cargo público que o governador da Califórnia (EUA), Arnold Schwarzenegger, exercia antes de ser eleito?

O fato dessas pessoas públicas serem eleitas refletem 2 situações: o chamado voto de revolta, onde na falta de candidatos confiáveis os votos são encaminhados de forma irônica e desleixada - ou a total despreocupação com a atuação efetiva do cargo na condução séria e responsável dos projetos que visam (ou deveriam visar) o bem estar do povo.

Não quero que este post seja apenas mais um protesto, e que alguém justamente possa retrucar: acusar, chacotar, protestar é fácil. Mas cadê as soluções?

Sabemos que até o mais bem intencionado deputado, que usa seu mandato exclusivamente em prol dos interesses dos cidadãos, somente terá seus projetos de lei aprovados se tiver associações com os demais, principalmente no âmbito partidário.

Mas eu, um humilde cidadão, vejo como ponta-pé inicial e de forma imediata que qualquer que seja o cargo público eletivo, de vereador a senador, o ocupante de tal cadeira, deva atuar 8 horas por dias, ter férias apenas um mês por ano, não ter auxilio-moradia, auxilio-vestuario, auxilio-viagens. Nada de recessos, nada de regalias. Ele foi eleito e vai ganhar um ótimo salário para trabalhar para o povo. O que se vê são um bando de empresários que mal aparecem no Congresso ou na Câmara, e que usam um verdadeiro exército de assessores para justificar sua atuação.
Enquanto isso não ocorrer, não acredito em soluções, vindas de discursos escritos em época de campanhas.

Fala-se muito que candidatos-fanfarrões não têm experiência nem competência para participar do processo político nacional, que decide através das mudanças legais, a vida social da população. Mas que orgãos públicos tem isso?

A indústria dos concursos públicos, para cargos mais humildes até juízes, seleciona os mais preparados profissionais para atuar nos serviços governamentais? Não. Ela seleciona o candidato que mais acerta questões em provas. Não leva em conta experiência para lidar com pessoas. Nível de socialização, capacidade de lidar com processos, senso de iniciativa, organização. Fatores levados extremamente em conta quando se contrata profissionais por empresas privadas.

O que se enxerga hoje é que o Brasil é uma grande empresa, captaneada por funcionários despreparados e outros cujo único objetivo é usar a máquina administrativa para o auto enriquecimento.

Transportando esse modelo para os padrões privados, você acredita que uma empresa dessas possa prover ótimos produtos e serviços, se desenvolver e se estabelecer como sustentável?