segunda-feira, 12 de julho de 2010

Projeto de Envelhecimento



De certa forma, começamos a envelhecer a partir do momento em que nascemos.
Um processo da natureza. Viemos pra esse mundo, fazemos nossa parte e desaparecemos, dando lugar a outras pessoas que chegam a todo momento.


Não vou entrar no mérito religioso da coisa. Pois nessa linha de pensamento cada um tem a sua crença. Mas gostaria de falar coisas da vida, material para alguns, terrena para outros. Essa vida que levamos, lutanto a cada dia pra sobrevivê-la, e alguns mais iluminados, para vivê-la.


Acredito que 11 em cada 10 pessoas se questionadas, vão apontar que gostariam de chegar à sua terceira de idade, com saúde, disposição, família criada e um condição econômica tranquila. Isso é claro, zombar do óbvio.


Todos vamos, uns mais e outros menos, enfrentar os desgastes dos sentidos. E para tanto ter muito mais a compania de médicos e medicamentos do que desejaríamos.


Mas será que só isso, dinheiro, médicos amigos, um exércitos de filhos e netos, bem educados e estabilizados....
Será que só isso vai nos proporcinar um velhice animadora?


Não dá pra negar que esse conjunto, principalmente com todos os elementos juntos, é sim um passo fundamental pra se chegar lá..


Mas acho que existe um outro fator....
Na minha visão, um velhinho feliz é um velhinho espirituoso.
Aquele que todos adoram ouvir, aqueles cujos amigos de sua faixa etária sempre se lembram. Aqueles cujos descendentes tem prazer de ter por perto, tem esmero e respeto.


E como atingir isso?
Claro que não há fórmula mágica. Mas creio que uma espirituosidade (não confundam com religiosidade) é algo construído durante toda vida. É não deixar o rancor, a inveja, o ódio, o arrependimento, o remorso nos acompanhar até nossos últimos anos.
Talvez nossos filhos não vão querer estar tão presentes quanto desejaremos. Talvez não sejamos mais tão festeiros, tão mais românticos, boêmios. Não teremos talvez mais tanta energia para ajudar as pessoas.


Mas a vida é um eterna escola. Sempre podemos aprender coisas novas. Talvez no auge das minhas 8 décadas, eu não tenha mais condições de pilotar um jet ski, mas talvez eu posso cultivar um legume diferente.
Talvez eu não consiga mais desmontar um motor qualquer, mas talvez eu posso varrer a calçada dos vizinhos, cuidar de um jardim.
Talvez não poderei ensinar informática, mas porque não presentear amigos com belos peixes colhidos em rios por aí?
A alegria está por aí......


As pessoas ao meu redor não querem ouvir minhas dores, mas uma piada legal elas gostam.
As pessoas não querem me ouvir xingar o governo, ou falar que antigamente que era um tempo melhor pra se viver. Elas querem algo divertido, inusitado, algo que lhes agreguem valor ao seu dia a dia. E a experiência de vida pode sim prover isso.


Se fomos jovens e adultos agradáveis, não percarmos tão maravilhosas características.
Se fomos rudes, introvertidos e rancorosos, vamos mudar. Esqueçamos o mal e os maldosos. Deixemos a luz entrar.


Já teremos nossas próprias dificuldades físicas, não deixemos que nos vejam como um incômodo social.
Ademais, acho que não terá coisa mais prazeirosa do que ouvir das pessoas que compartilharão nossa compania, "mas que veinho gente fina é esse....".