Eu assisti à entrevista de
Rafinha Bastos no programa Roda Viva, de segunda, dia 30/07/2012. Em que pese
minha antipatia pelo comediante, ele se saiu até bem mediante algumas
perguntas, comedidas diga-se de passagem, dos entrevistadores do programa. Não
vou entrar no mérito do caso Vanessa di Camargo X Rafinha. Até porque acho que
o que foi dito é algo que vai além do respeito humano. Imagino o que o
comediante pensaria se alguém falasse o mesmo de sua esposa grávida, se fosse o
caso.
Mas dentre os assuntos citados, o
que me chamou a atenção foi a piada que ele fizera certa vez sobre a mulher
feia e o estupro. Era algo mais ou menos assim: “Mulher feia deveria agradecer
o estuprador, se não fosse assim ela não teria sexo”.
Bem, vou deixar de lado qualquer
opinião sobre o que acredito ser humor e o que acredito ser humor de mau gosto,
afinal liberdade é algo que prego sempre, mesmo que seja algo que extravaze alguns
limites.
Mas o que se reflete sobre isso é
a sempre indesejável capacidade de alguém tecer comentários ou piadas sobre
defeitos ou condições físicas de pessoas. Eu acho simplesmente odioso criar “alegria”
sobre etnia, estatura, origem ou condição física. Não quero ser hipócrita,
claro que me divirto com piadas, mas não acho graça quando se trata de falar
sobre “negão”, “japonês”, “gago”, “gordo(a)”, “anão”, “caipira”.
Algumas pessoas reproduzem o que
ouvem, mesmo sem pensar sobre o que significa, mas não dá pra não pensar nas
pessoas que se enquadrem em certas condições, quando viram alvo de risos de
outras pessoas.
Também não serei hipócrita de
colocar os homossexuais nesse ínterim, que sempre foram alvo de piadas. Não o
faço porque considero uma condição psicológica e não uma condição física. E
claro que se eu fosse um também não me sentiria muito confortável.
Muita gente pode falar que sou
careta, ou piegas, ou demagogo. Mas exercendo o poder máximo que a sinceridade
me permite, é realmente triste ouvir brincadeiras a cerca de condições de
pessoas que pra muitos, não se enquadram no padrão comum da sociedade, mas
talvez tenham muito mais essência humana do que muitos tidos como
convencionais.
Mal humorado e exigente?
Não...nunca.......Apenas honestamente gosto de alegria, sem precisar de escoros
humanos para obtê-la.