O ponto crucial no sucesso da administração de qualquer organização é
certamente a administração de recursos. Pode-se ser benchmarking em motivação
pessoal, em regras de negócios, em estatísticas de mercado, em estratégias, mas
se não houver domínio do controle de recursos, qualquer instituição, privada ou
pública, de tamanho minúsculo ou mega corporação, a chance de falência é gritante.
No Brasil ocorre o efeito "administrar com folga de recursos".
Vamos pensar na administração de um condomínio, sejam moradias verticais ou
horizontais. Um prédio por exemplo. Todos os moradores (condôminos) têm de
colaborar com um valor mensal, cujo somatório vai pagar as despesas para
benefícios comuns a todos. Funcionários de limpeza, segurança, recepção,
manutenção. Despesas com equipamentos e insumos na manutenção das áreas de uso
público. Pois bem. Suponhamos que este valor mensal a ser pago fosse
hiperdimensionado. O síndico (ou administrador do condomínio) teria a sua
disposição um valor montante que lhe permitira pagar e investir com "folga
de recursos".
É isso que ocorre em nosso país. A carga tributária imposta ao
empresariado e ao cidadão comum gera receitas em níveis exorbitantes. O total
de impostos recolhidos em 2012 foi de cerca de R$ 1,6 TRILHÕES (fonte UOL/Economia).
Ou seja cerca de R$ 133 BILHÕES mensais. É com esses recursos que o governo
deveria prover saúde, segurança e educação a seu povo. E claro, custear a
máquina pública, remunerando seus agentes, do mais simples funcionário braçal
até o presidente do Superior Tribunal Federal.
Em suma, como existem buracos financeiros no equilíbrio econômico do
país, a sociedade sofre com essa destruidora realidade tributária. Esses
buracos são frutos da má administração dos recursos. Sem nos antenarmos à já
declarada e conhecida prática criminosa de desvio de verbas públicas para
bolsos privados, as tsunamis de regalias que cercam a máquina, e que consomem
milhares/milhões de recursos (auxílio vestuário, aluguel de carros, 300
assessores para cada deputado, viagens para familiares) são fatores que fazem
com que os serviços públicos não recebam suas cotas de aplicação dos recursos
financeiros.
É o Condomínio Brasil, onde seus síndicos têm à disposição um farto e
(muitas vezes) inimaginável estoque de recursos, e que faz com ele o que mais
lhes convém, sem costumeiramente ter a necessidade de prestar contas a nós
condôminos, que somos obrigados a pagar exclusivamente a esse condomínio e não
temos chance de buscar outra moradia com uma administração mais justa,
competente e transparente.