Muito tem se comentado sobre as agressões protagonizadas por grupos punk nos últimos meses. Muitos associam a ideologia "punk" à violência e intolerância. Essa associação é feita às vezes apenas com base na imagem violenta que o punk apresenta, sem se ater aos reais motivos que essa violência nasce. Ela se encontra hoje em qualquer leque social. Pitboys, funkeiros, neonazistas, torcidas uniformizadas, jovens de classe média/alta chefiando quadrilhas de assaltantes.
As tão faladas "tribos" urbanas - termo esse que considero um tanto apelativo - são agrupamentos de jovens com gostos em comuns; música, esporte, estética. A violência nasce na índole de cara um. Seria irresponsabilidade afirmar que todo jovem que simpatiza com a ideologia punk é violento e capaz de praticar atos de agressão contra seres humanos ou propriedades. Assim como qualquer integrantes de qualquer tribo urbana.
A ideologia punk está intimamente mas não exclusivamente ligada ao anarquismo. É a não aceitação do abuso do poder sobre o cidadão. O inconformismo com as leis e regras que conduzem a sociedade. Atos de protestos pacíficos e, invarivelmente, de cunho político é um direito de todo cidadão. Até mesmo dos punks. Desde de que esse tipo de protesto não se transforme em atos de violência.
Retirar a vida de alguém "apenas" pelas diferenças musicais ou sexuais é um atentado ao princípio básico da vida em sociedade: a liberdade. Ceifar a liberdade de escolha de como se viver é intolerância e vai contra a idéia do anarquismo contra um suposto poder público que esmaga as condições sociais da classe baixa. A arbitrariedade, em qualquer situação, tira a razão de qualquer ideologia.
Ainda que em pequenas proporções, há de se preocupar com o crescimento de gangues que praticam atos de violência, sob o pretexto de uma ou outra ideologia. Na Europa, os governos têm usado de enérgicas ações para combater os ataques, principalmente de neonazistas. O que se faz no entanto é atacar os efeitos e não as causas. A saída, por mais polida que ainda seja, está na educação. No trabalho. A marginalidade nasce na total falta de comprometimento dos jovens com sua vida profissional e familiar. A simpatia por essa ou aquela ideologia não pode aproximá-los da marginalidade, das drogas, da violência.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário