A imagem da mãe é uma das mais puras e idolatradas. Tirando alguns casos freak de filicídio, mãe sempre foi sinônimo de proteção, confiança e exemplo.
E tem porque sê-lo. Afinal mãe, mais que o pai, é a autêntica criadora. A coisa mais perfeita que se aproxima de Deus no tocante da criação. Uma mãe sempre vai cuidar, amar, proteger e defender suas crias. Mãe de assassinos, mãe de políticos, mãe de juiz de futebol, mãe de vencedores, mãe de crianças excepcionais, todas perdoam, todas cuidam, todas lembram.
Mas as mães nem sempre estão certas. Claro que ninguém é perfeito. Até desnecessário mencionar isso. Quem nunca ouviu falar de uma mãe superprotetora? Ou de uma mãe, que por orgulho e vaidade próprias influenciam as escolhas do(a) filho(a)?
Criar um filho com educação, esmero, higiene. Dar-lhe e enraizar-lhe noções de bom comportamento, tato e bom censo pra lidar com as coisas, mesmo que nem sempre aconteça, é uma dádiva de mãe que visualiza o futuro dos filhos.
Mas muitas vezes as mães pretendem incorporar em seus descendentes sua maneira de ver o mundo. De querer viver, de viver emoções, de ter sua personalidade.
Antes que alguém aí pense que esse raciocínio descenda de alguma experiência de vida de minha pessoa, já adianto que lido muito bem com isso. Tenho minha personalidade e meu espaço e minha criadora outros.
Talvez a folclórica imagem da sogra, aquela que é maquiavélica, sempre disposta a infernizar a vida de genros e noras, se originou justamente nessa idéia de querer para os filhos uma vida que ela acha que é a mais correta, mas pra ela.
Não sei se alguém se lembra do filme Ray, uma película cinematográfica baseada na biografia de Ray Charles, aliás uma excepcional filme em todos os sentidos. No filme, que remonta a história do cantor desde a sua infância, mostra o início de sua deficiência visual e as dificuldades que enfrentou daí pra frente. Mas uma das cenas que me chamou a atenção foi uma que mostra a mãe de Ray. Sempre batalhadora, numa vida de pobreza, enfrenta os infortúnios do mundo, quando o filho mais novo morre acidentalmente e descobre que o mais velho está ficando cego.
Numa cena pra lá de emocionante, Ray já não consegue enxergar, entra em casa chorando e chamando pela mãe. Ela num canto, se degladiando em lágrimas, ouve o chamado, mas não vai a seu encontro. Deixa ele descobrir sozinho os caminhos do barraco, até chegar no local onde ele desejava. Ela, numa visão onde muitos pudessem supor ser cruel, estava começando a preparar o filho pras dificuldades que a vida de um cego lhe reservaria. Ela o estava estimulando a se virar sozinho, a desenvolver demais sentidos. E essa sempre foi a tônica da educação que ela lhe daria. Mesmo sem enxergar, nunca dependeria de ninguém na vida.
Em que mais pese talvez os exageros da adaptação, essa idéia é mais que apropriada pra ilustrar um exemplo de educação voltada mesmo para que a pessoa saiba enfrentar o mundo em sua fase adulta.
Criar um filho, colocando nele a idéia de que o mundo é lindo, perfeito, as pessoas são sempre legais, amigas, bem intencionadas, talvez seja um erro estratégico de educação.
Nem vou entrar no mérito da educação e influência religiosa, porque isso gera vários posts.
Mas o que quis passar aqui é essa idéia. Por mais perfeita que seja nossa admiração pelas mães, às vezes elas nem sempre acertam.
E tem porque sê-lo. Afinal mãe, mais que o pai, é a autêntica criadora. A coisa mais perfeita que se aproxima de Deus no tocante da criação. Uma mãe sempre vai cuidar, amar, proteger e defender suas crias. Mãe de assassinos, mãe de políticos, mãe de juiz de futebol, mãe de vencedores, mãe de crianças excepcionais, todas perdoam, todas cuidam, todas lembram.
Mas as mães nem sempre estão certas. Claro que ninguém é perfeito. Até desnecessário mencionar isso. Quem nunca ouviu falar de uma mãe superprotetora? Ou de uma mãe, que por orgulho e vaidade próprias influenciam as escolhas do(a) filho(a)?
Criar um filho com educação, esmero, higiene. Dar-lhe e enraizar-lhe noções de bom comportamento, tato e bom censo pra lidar com as coisas, mesmo que nem sempre aconteça, é uma dádiva de mãe que visualiza o futuro dos filhos.
Mas muitas vezes as mães pretendem incorporar em seus descendentes sua maneira de ver o mundo. De querer viver, de viver emoções, de ter sua personalidade.
Antes que alguém aí pense que esse raciocínio descenda de alguma experiência de vida de minha pessoa, já adianto que lido muito bem com isso. Tenho minha personalidade e meu espaço e minha criadora outros.
Talvez a folclórica imagem da sogra, aquela que é maquiavélica, sempre disposta a infernizar a vida de genros e noras, se originou justamente nessa idéia de querer para os filhos uma vida que ela acha que é a mais correta, mas pra ela.
Não sei se alguém se lembra do filme Ray, uma película cinematográfica baseada na biografia de Ray Charles, aliás uma excepcional filme em todos os sentidos. No filme, que remonta a história do cantor desde a sua infância, mostra o início de sua deficiência visual e as dificuldades que enfrentou daí pra frente. Mas uma das cenas que me chamou a atenção foi uma que mostra a mãe de Ray. Sempre batalhadora, numa vida de pobreza, enfrenta os infortúnios do mundo, quando o filho mais novo morre acidentalmente e descobre que o mais velho está ficando cego.
Numa cena pra lá de emocionante, Ray já não consegue enxergar, entra em casa chorando e chamando pela mãe. Ela num canto, se degladiando em lágrimas, ouve o chamado, mas não vai a seu encontro. Deixa ele descobrir sozinho os caminhos do barraco, até chegar no local onde ele desejava. Ela, numa visão onde muitos pudessem supor ser cruel, estava começando a preparar o filho pras dificuldades que a vida de um cego lhe reservaria. Ela o estava estimulando a se virar sozinho, a desenvolver demais sentidos. E essa sempre foi a tônica da educação que ela lhe daria. Mesmo sem enxergar, nunca dependeria de ninguém na vida.
Em que mais pese talvez os exageros da adaptação, essa idéia é mais que apropriada pra ilustrar um exemplo de educação voltada mesmo para que a pessoa saiba enfrentar o mundo em sua fase adulta.
Criar um filho, colocando nele a idéia de que o mundo é lindo, perfeito, as pessoas são sempre legais, amigas, bem intencionadas, talvez seja um erro estratégico de educação.
Nem vou entrar no mérito da educação e influência religiosa, porque isso gera vários posts.
Mas o que quis passar aqui é essa idéia. Por mais perfeita que seja nossa admiração pelas mães, às vezes elas nem sempre acertam.
16 comentários:
Concordo plenamente. Mãe tem q dar carinho, mas preparar pro mundo, deixar a hipocrisia de lado, pois a filha vai transar e tem que saber se cuidar! Tem mãe que fica colocando culpa, pra não ter que entrar em contato com as partes difíceis da criação.Acham que é só proibir tudo, jogar Deus no meio que o filho ta criado! Aff
O Filme Ray é fantastico, ensina o filho a não ser um dependente apesar da deficiencia! Amei e tb recomendo.
bjs
É engraçado, parece que a mulher perde um pouco da identidade, até da humanidade, após ser mãe. É como se o pasado fosse apagado e ela perdoada por todos os seus "pecados". Isso é tão errado, os filhos deveriam olhar suas mães com mais realidade, dando a ela os direitos de mulher que as cabe, não de santa. Ai é complicado quando ela erra, a "mãe" errou, não, a mulher normal, mãe sim, mas antes de tudo pessoa, errou, falhou.´Tudo isso é muito complexo. Ela da carinho as vezes demais, as vezes de menos, briga com o que não é pra brigar, elogia o que não é pra elogiar, mas a gente nem pensa o tamanho da responsabilidade que é educar uma outra pessoa, um cidadão e fazer com ele cresça sabendo o caminho do bem.
Enfim, beijo grande.
Você é pai? Eu sou mãe...
Dizem q Deus deu um dom para as mães, a sensibilidade de ver, de sentir, de prever. Coisa q somente as mães têm. Eu morro de medo de está errando ao educar meus filhos, pq é uma das coisas mais díficeis dessa vida: Edudar, ajudar a construir uma personalidade. Mas continuo achando q mesmo não estando certas, as mães estão acertando. É um dom de Deus.
Tão bom uma leitura como essa, li tudo de um fôlego só...
Bjs
Você é pai? Eu sou mãe...
Dizem q Deus deu um dom para as mães, a sensibilidade de ver, de sentir, de prever. Coisa q somente as mães têm. Eu morro de medo de está errando ao educar meus filhos, pq é uma das coisas mais díficeis dessa vida: Edudar, ajudar a construir uma personalidade. Mas continuo achando q mesmo não estando certas, as mães estão acertando. É um dom de Deus.
Tão bom uma leitura como essa, li tudo de um fôlego só...
Bjs
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Dizem q Deus deu um dom para as mães, a sensibilidade de ver, de sentir, de prever. Coisa q somente as mães têm. Eu morro de medo de está errando ao educar meus filhos, pq é uma das coisas mais díficeis dessa vida: Edudar, ajudar a construir uma personalidade. Mas continuo achando q mesmo não estando certas, as mães estão acertando. É um dom de Deus.
Tão bom uma leitura como essa, li tudo de um fôlego só...
Bjs
Criar um filho não é o mesmo que alienar ele do mundo. Uma coisa que minha mãe sempre me disse foi: "Eu gostaria de sofrer tudo por você, mas eu SEI que você precisa passar por isso".
O mais difícil em ser mãe deve ser deixar os filhos aprenderem sozinhos...
Beijos
Minha avó já dizia: "Voce nao cria os seus filhos para voce. Voce os cria para o mundo"
Mesmo nao sendo mae, acredito que essa seja a mais pura verdade. Todavia, ao se tratar de maes, falamos de seres humanos, capazes de erros e acertos. E os erros 'de amor' por elas cometidos, podem nao ser muitas vezes entendidos, mas sao plenamente justificáveis.
Postagem muito interessante. =)
Parabéns pelo blog :D
Este excelente texto remete-nos para a velha questão dos estereótipos. É que "as mães nem sempre estão certas" e nem sempre estão erradas... Há dias e dias... há situações e situações...
Oi, vi seu blog e gostei bastante.
Esse post é uma verdade e tanto e gostei da forma com que vc desenvolveu o assunto. E concordo com vc, apesar de td mãe por mais maravilhosa q seja, nem sempre ta certa.
Parabéns pelo blog os temas q vc aborda são muito bons.
Abraço, Mari.
Estou aqui por uma razão, pedir para você deixar no meu blog uma mensagem contra a VIOLÊNCIA no TRÂNSITO, no post " JUSTIÇA".
Sei que o irresponsável e os seus advogados procuram no Google notícias que tenham o nome do autor do crime, essa seria uma maneira de comunicarmos com ele e mostrarmos o nosso repúdio.A violência no trânsito mata mais do que as guerras.
Estou lutando duas vezes, uma contra o poder econômico do criminoso e outra contra o desrespeito as nossas leis.
Conto com a tua colaboração.
Gemária Sampaio
Obrigada pelo apoio, muitas vezes diante dos problemas não encontramos uma maneira de ajudar, mas a solidariedade é a maior delas.
Tenho certeza de que o bêbado assassino vai ler o que você escreveu, na época a matéria esteve em todos os jornais e tvs do país e em alguns importantes jornais do mundo.
Ele é economista e mora num luxuoso apartamento no endereço mais caro do Rio de Janeiro,ele nunca se preocupou como estou fazendo para criar a minha filha,nenhuma ajuda psicológica ou financeira.
Para mim é importante que o nome dele apareça na internet,uma pessoa como ele não pode ficar no anonimato.
A lei seca vigorou, mas não está havendo a punição esperada pelas familias das vitimas.
Mais uma vez obrigada.
Gê
Concordo plenamente, tento ser a perfeição, mas a cada gesto meu percebo o quanto erro, não somos arquitetos e projetistas e sim educadores e nem sempre acertamos, bom que pelo menos amemos ao extremo pois o amor nunca erra. venha me visitar!
Oiii, Júlio!!! Perdoe-me pelo sumiço repentino; estive internada e só tive alta esta semana... Saudades de você, amigo!
Concordo com o que você disse no post; ser pai e mãe é uma grande responsabilidade. Afinal, estamos lidando com crianças e não com animais de estimação. As crianças serão nossos adultos de amanhã. É por esta razão que me preocupo muito com a obesidade infantil - cada vez mais crescente em todo o mundo.
Beijos
Thanks :)
--
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