Quem nunca ouviu aquela velha prática: “Futebol, Política e Religião não se discute”.
Muito disso obviamente embasado na obsessão fanática por uma ideologia, sem dar muita bola à razão e ao bom censo.
Há algum tempo era comum encontrarmos Malufistas assumidos. E aquele torcedor fanático que às vezes até mata e morre por seu time sem querer reconhecer a realidade comercial e de marketing que vive o futebol hoje.
Vamos respeitar então nossa querida e batida frase e vamos evitar a discussão. Vamos então chamar os comentários disso de reflexão.
Um assunto que tomou da mídia grande fatia de repercussão semana passada foi a guerra entre as 2 maiores emissoras populares de televisão: Record x Globo.
Acusações de lado a lado. Reportagens especiais. O horário nobre (nobre ou popularesco?) virou ringue, onde cada telejornal jogava cada vez mais aquela coisinha feia no ventilador.
A origem do embate: “Ministério Público oferece denúncia contra Edir Macedo e mais nove pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus, por lavagem de dinheiro, organização criminosa e formação de quadrilha”.
Uma notícia que poderia ser normalmente divulgada por qualquer órgão da imprensa. Mas evidentemente que a Sra. Globo não iria perder a chance de dar uma ênfase bem acima da média em se tratando do proprietário de uma forte concorrente. Em contrapartida, a Record lançou no ar dúvidas sobre negócios escusos da família Marinho, inclusive ligações com governo militar nos anos 60, 70, fraudes e todo e qualquer tipo de argumento que pudesse servir de arma nessa guerra pelo poder da mídia televisiva.
Até mesmo outro embate famoso da semana, Collor, Renam e Simon, fora ofuscado pela guerra das grandes TVs.
Respeito qualquer crença e acredito que cada um faz com seu dinheiro o que bem entender. Em outros momentos, até mesmo defendi uma fé cega, que se por um lado enriquece os defensores da fé, por outro traz mais dignidade a um lar, melhores condições de educação para uma família, que poderia estar exposta à violência do mundo atual.
A grande diferença entre o conceito de outras casas da fé com a IURD e (porque não) outros braços da religião evangélica é que, enquanto as primeiras oferecem uma vida plena e feliz num mundo futuro, governado por Deus, as segundas oferecem prosperidade agora, no mundo terreno. Eliminando sofrimentos, provendo sucesso profissional e empresarial. Isso funciona como uma conquista de clientes, onde a palavra chave é: consumo.
Mas ou menos assim: levo minha fé para quem puder trabalhar melhor ela e me trazer os maiores benefícios. Parece um leilão da fé. A crença no invisível, nas promessas de um reino futuro, na ressurreição, são suprimidas por soluções imediatas.
O crescimento do segmento evangélico mostra o desespero das pessoas, que vivem num mundo onde a luta pela sobrevivência, aliados aos problemas comuns do ser humano, como falhas nos relacionamentos, emprego, segurança, e precisam se apegar a algo imediatamente.
Quem está certo? Quem está feliz. Conheço pessoas evangélicas que vivem mais felizes hoje do que antes de se tornarem. Se estão deixando um homem bilionário cada dia mais, talvez o julgamento não seja de nossa alçada humana.
Enquanto isso, vez ou outra, surge essa guerra comercial entre os detentores do poder da comunicação. Veículos de forte impacto na opinião pública disputando a audiência no tapa.
Irregularidades fiscais, fraudes, e qualquer outro tipo de atividade que afronte à lei têm mesmo que ser investigadas e DIVULGADAS. Mas com imparcialidade, afinal para qualquer canal de imprensa, credibilidade é fundamental no tocando da notícia. E, como passar credibilidade quando se usa a divulgação de uma notícia com interesses comerciais próprios?
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4 comentários:
Gostei de conhecer o seu blogue, Júlio. Inteligente e muito bem posicionado.
Voltarei!
Flores @}--
Adorei o blog, muito bem escrito. Parabéns *-*
Fica com Deus, se puder passa no meu! [/rimou.
Essa guerrinha travada por duas gigantes no mercado de mídia nos faz lembrar que o consumismo é o mal necessário somos reféns das circunstâncias e assim sendo subestimam nossa inteligência com ignomínia de dedo sujo para vossa majestade, a excelência do bolo, pode!!? Que se digladiem de lá que por certo, aprenderemos a não confiar nossos destinos nas mãos desses facínoras de colarinho e tal.
Vim te fazer uma visita,estava lendo uns comentários e vi o teu,volte mais vezes,gostei muito do teu comentário na época ele me fez muito bem.
Um abraço
Gê
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