Por questões temporais, obviamente não vi Pelé jogar (estive num campo certa vez onde ele se apresentou, mas dos 5 anos idade pouco sobra na memória hoje em dia), mas é fato certo de que acompanhei os gloriosos tempos do futebol brasileiro nas décadas de 70 e 80.
Coincidindo com uma disposição infantil e juvenil e aderindo a total entrega à febre da adoração ao futebol, torcer estava presente em nosso dia a dia. Numa época em que o leque de opções em entretenimento não era muito ofertoso.
Falando em acompanhar a seleção brasileira de futebol, acredito também que essa devoção de torcedor tinha haver com o panorama econômico mundial, numa era pré-globalização onde era orgulho para o povo brasileiro, relegado a época um país à margem das grandes potências e que, se hoje é considerado um país em desenvolvimento, na época tinha um status apenas de país exótico.
E por isso, dava prazer saber que nossos heróis mostravam ao mundo que o Brasil tinha qualidades, era melhor em alguma coisa. Era contagiante.
Mas o mundo mudou. O futebol mudou. O futebol arte, aquele que dava prazer fazer e ver, não existe mais. O desenvolvimento social aniquilou os campinhos de terra da periferia. O que era berço para descobertas infantis, contato pessoal, foi para os jogos eletrônicos.
O futebol virou um grande showbizz, onde suas estrelas passaram de heróis nacionais para alvo de grandes empresários e grandes salários. Acabou a unidade, acabou a cara do futebol brasileiro.
A última grande Copa do Mundo foi a de 1986, onde a Argentina apresentou um belo espetáculo. Daí pra frente todos os campeonatos mundiais foram marcados mais pela expectativa de mídia do que da arte do esporte em si. A Copa de 1994, a copa do tetra, foi horrorosa. Um futebol que levou mas não convenceu.
Acredito que hoje em dia, a mídia, de olho em retorno comercial, tente incendiar essa paixão pela seleção nacional, mas na verdade, a paixão de outrora perdeu seu brilho.
Essa convocação recém divulgada é a prova disso. Antes sabíamos na ponta de língua quais eram os jogadores, em que clubes atuavam, como jogavam. Hoje mal ouvimos falar de alguns deles, e em boa parte nem sabemos onde jogam, em que países atuam.
Ainda me encanta hoje em dia o futebol união, futebol jogado com arte, com alegria. E o povo sabe disso. Esse clamor popular em torno da presença do Paulo Henrique Ganso na seleção não é de graça. Todos que gostam de futebol sabem que esse jogador é diferenciado, e tem total qualidade de integrar o time titular de Dunga.
Evidentemente que a grande totalidade dos cidadãos vai assistir aos jogos da África. Vão torcer para que o escrete (homenagem à terminologia do passado) nacional se sagre vitoriosa. Mas o tempero não é mais o mesmo.
Talvez porque era bom, mas muito bom mesmo torcer para a seleção brasileira. Mas isso quando ela era brasileira.
Coincidindo com uma disposição infantil e juvenil e aderindo a total entrega à febre da adoração ao futebol, torcer estava presente em nosso dia a dia. Numa época em que o leque de opções em entretenimento não era muito ofertoso.
Falando em acompanhar a seleção brasileira de futebol, acredito também que essa devoção de torcedor tinha haver com o panorama econômico mundial, numa era pré-globalização onde era orgulho para o povo brasileiro, relegado a época um país à margem das grandes potências e que, se hoje é considerado um país em desenvolvimento, na época tinha um status apenas de país exótico.
E por isso, dava prazer saber que nossos heróis mostravam ao mundo que o Brasil tinha qualidades, era melhor em alguma coisa. Era contagiante.
Mas o mundo mudou. O futebol mudou. O futebol arte, aquele que dava prazer fazer e ver, não existe mais. O desenvolvimento social aniquilou os campinhos de terra da periferia. O que era berço para descobertas infantis, contato pessoal, foi para os jogos eletrônicos.
O futebol virou um grande showbizz, onde suas estrelas passaram de heróis nacionais para alvo de grandes empresários e grandes salários. Acabou a unidade, acabou a cara do futebol brasileiro.
A última grande Copa do Mundo foi a de 1986, onde a Argentina apresentou um belo espetáculo. Daí pra frente todos os campeonatos mundiais foram marcados mais pela expectativa de mídia do que da arte do esporte em si. A Copa de 1994, a copa do tetra, foi horrorosa. Um futebol que levou mas não convenceu.
Acredito que hoje em dia, a mídia, de olho em retorno comercial, tente incendiar essa paixão pela seleção nacional, mas na verdade, a paixão de outrora perdeu seu brilho.
Essa convocação recém divulgada é a prova disso. Antes sabíamos na ponta de língua quais eram os jogadores, em que clubes atuavam, como jogavam. Hoje mal ouvimos falar de alguns deles, e em boa parte nem sabemos onde jogam, em que países atuam.
Ainda me encanta hoje em dia o futebol união, futebol jogado com arte, com alegria. E o povo sabe disso. Esse clamor popular em torno da presença do Paulo Henrique Ganso na seleção não é de graça. Todos que gostam de futebol sabem que esse jogador é diferenciado, e tem total qualidade de integrar o time titular de Dunga.
Evidentemente que a grande totalidade dos cidadãos vai assistir aos jogos da África. Vão torcer para que o escrete (homenagem à terminologia do passado) nacional se sagre vitoriosa. Mas o tempero não é mais o mesmo.
Talvez porque era bom, mas muito bom mesmo torcer para a seleção brasileira. Mas isso quando ela era brasileira.
2 comentários:
Você tem razão, a emoção não é mais a mesma, perdeu a graça...
Parabéns....Voltarei sempre.Ceiça Procopio
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