quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mudanças Políticas ou um Caso Isolado de Nossa História?




Estamos vivenciando um momento político e social nunca experimentado na história brasileira. A condenação de membros da administração do governo e pessoas a ela ligada por corrupção sempre foi um sonho de cidadania do povo brasileiro.  Dentre tantos e tantos escândalos financeiros que assolaram os principais veículos de imprensa da nação nos últimos 20 anos, o Mensalão entrou para a história com o primeiro – esperamos que não o único – que condenou vários dos envolvidos a penas privativas de liberdade.

O que esse fato pode mudar no comportamento das pessoas públicas, desde um simples funcionário de um pequeno tribunal, até um senador que tem relacionamento com muitos empresários? E a fé e crença popular na Justiça e nas boas intenções daqueles em que se depositam os votos?

A figura do (agora presidente do STF) juiz Joaquim Barbosa se transformou numa espécie de herói nacional, aquele que teve a ousadia de enfrentar, com clareza de intenções, a força política do PT, em defesa de muitos de seus filiados envolvidos neste escândalo. Com o poder das redes sociais da internet hoje, é fácil imaginar o nível de aceitação, quase de idolatria, que Barbosa carrega junto à população. Não sabemos ao certo se essas condenações irão inibir atos e crimes contra o dinheiro público, mas é certo de que tenhamos testemunhado um ato de punição correta e justa contra aqueles que recebiam gordos salários e benefícios para trabalhar pelo povo e para o povo.
Talvez os casos de corrupção ativa e passiva tornam-se, a partir de agora, bem mais meticulosos, planejados e imune a rastros. Na era da tecnologia e da informação, onde imagens e áudios são captados com muita facilidade, a comunicação entre as pessoas é um elemento de fácil divulgação. 

Recentemente Marcos Valério, condenado a  40 anos de prisão, resolveu dar novo depoimento acusando o ex-presidente Lula de participação e anuências nos crimes. Talvez trata-se de uma manobra para reduzir sua pena, ou apenas uma vingança ou como abalroa o dito popular, “agora que a casa caiu, é tempo de jogar fezes no ventilador”. O próprio advogado de Valério, quando questionado por um repórter se era verdade que ele recebeu do PT o valor de R$ 4 milhões para defender seu cliente, ele descaradamente falou: “Não posso dar informações sobre esse assunto”. Ora, se a pessoa não recebeu nada indevido basta dizer que NÃO. Isso soa quase como uma confissão.

E para nós, pessoas comuns da sociedade? Devemos encarar isso como a grande mudança no quesito honestidade e transparência das atitudes de nossos governantes? Como já falei antes neste espaço, acredito que vai levar muito tempo ainda para que tenhamos uma fé integral, ou pelo menos forte, na justiça e nas boas intenções do governo. Ainda dá a sensação de que esses acontecimentos podem ser únicos e isolados de nossa história política. A constância de investigações, punições e informações é o alimento que pode fortalecer tal fé.  Além disso, a certeza de que nossa nação está nas mãos de gente do bem, que queira vê-la crescer e desenvolver-se, só virá com o fim das regalias que nossos deputados-senadores empresários têm. Não precisamos de um presidente como o do Uruguai , que circula com um  Fusca, mas não podemos aceitar que tais funcionários públicos tenham direito a auxílio-moradia, auxílio-vestuário, auxílio-transporte, 14º  e 15º salários, contratação injustificável de dezenas de assessores, etc , etc e et$.