terça-feira, 25 de maio de 2010

O respeito às escolhas alheias


Gosto muito de histórias de vida.
Algumas delas nos dão grandes exemplos, seja de conquistas ou de derrotas.
E algumas nos fazem refletir sobre como nos posicionamos e avaliamos a vida das pessoas que nos cercam.

Marta Marques é uma cidadã mexicana. No final dos anos 60, ainda mocinha, ela se apresentava em casas de shows daquele país como dançarina. Não demorou muito para ela desenvolver seu dom de cantora, favorecida pelo ambiente que frequentava.

A paixão pela música fez com que ela se desenvolvesse na profissão, atingindo inclusive patamares de sucesso internacional.
A fama trouxe fortuna, viagens, uma vida social fervorosa. Ela saboreou todas as grandes regalias e confortos que uma estrela poderia se beneficiar. Casou-se, teve filhos. Para muitos uma vida perfeita.

Mas em seu coração ela se sentia vazia. Até que se deparou com a fé. E buscou se atirar nela. Foi convertida a seguir os ensinamentos bíblicos e se proporcionou a viver sob as regras de alguma maneira fundamentalistas da religião a que se propôs seguir.

E se viu numa encruzilhada onde deveria fazer algumas escolhas.
Em seu depoimento ela dizia amar verdadeiramente e intensamente seu segundo marido. Mas decidiu abandoná-lo para seguir sua fé.
Alguns diziam ser possível ela manter a carreira de sucesso e seguir suas crenças. Mas ela percebeu não ser possível ficar longe das tentações que a vida musical oferece (em que pese aqui meu conceito de que, "arte" e "vícios" apenas se misturam pelo baixo nível de personalidade). E assim, abandonou tudo. Mudou para longe do marido, que queria a guarda de seus filhos. Deixou para tráz o glamour, a segurança, a estrutura financeira primorosa que o dinheiro pode dar.

Para se manter, hoje em dia ela fabrica doces e vende das ruas de uma pequena cidade no interior do país.
Ela se diz feliz e não se arrepende de ter trocado uma vida luxuosa, abandonando sua arte, seu amor pelo marido, para se entregar a divulgação de sua fé.

Essa história para muitos, é um exemplo de radicalismo religioso. Para outros uma ato de coragem, em busca da paz interior.

Para mim, se mostra uma grande prova de que devemos respeitar as escolhas de cada um. Respeitar a direção que cada um decide tomar. Mesmo que não consigamos enxergar racionalidade nos valores dessas escolhas.

Dizer que ela está errada, julgá-la, opinar sobre o que ela deveria seguir, seria o mesmo que admitir que algúem venha dizer a mim como devo viver minha vida, que rumos devo seguir, e querer supôr o que é melhor para mim. E isso, pelo menos eu, não admito.

Não compactuo com suas crenças e/ou sua ideologia Marta Marques. Mas me sinto feliz em saber que encontrou seu caminho, mesmo com as mais drásticas e corajosas mudanças de vida que alguém possa conceber.

9 comentários:

Fátima Vaz de Lima disse...

Oi Júlio,
não importa que rumo tomar se a questão é encontrar a paz interior e preencher o vazio existencial.
Penso que, esta busca, é o maior desafio do homem, posto que, nossa civilização se pauta na superficialidade das relações.
Grande abraço.

Claudia disse...

Oi, Júlio.
Muito legal seu blog. Parabéns!

Cristina Ramalho disse...

Pois é, quem somos nós para julgar!! Afinal, na minha opinião, o importante mesmo é ser FELIZ.... ) .. beijos

Valéria disse...

Estou adorando seu bolg.
Bjs

Leandra Cunha disse...

Adorei seu post...compreendermos-nos já é imensamente complexo, e se tentarmos compreender nosso redor, por vezes tão limitado em outras iluminado, veremos que somos um reflexo do que atraimos, na esperança de que possamos encontrar um alívio ou quem sabe uma certeza que quase sempre nunca vêm, simplesmente porque desejamos um outro em nós que nunca existiu. Talvez apenas por tentarem a todo custo nos moldar segundo a sociedade em que vivemos. Basta de olhares maledicentes. Basta da desconfiança. Basta do consumismo desenfreado. Basta de redores que por necessidade social somos obrigados a ingerir. Como já disseram: ser feliz me basta. Já essa danada efêmera, felicidade, é outra estória, outro post... Leandra Cunha.

Crizmara disse...

Ai, podemos ver também que a vida é cheia de escolhas, então precisamos praticar a renucia diante das nosssas proprias dificuldades para alcançar como na historia mesmo fala muitas das vezes a paz de espirito.então Júlio gostei muito da menssagem q a historia nos passa.Parabéns pelo seu blog sucesso *O*

Daniela A. Rabelo disse...

Oi, Júlio. Compctuo das opiniões formadas: pode haver mais vida após a perda de algo. Nossa sociedade é baseada no ganha-ganha. Tenho que ganhar. E muitas vezes menos vai signicar mais. Valeu pela mensagem! Dani

Veronica Laurent Mastella disse...

Oi Julio, todos temos q escolher um caminho, pois a encruzilhda da vida sempre está a nossa frente... Mas concordo com vc, esse negócio de dizer q todo artista tem q ter uma vida desregrada é ilusão..
Cada um tem a vida q escolhe, se quizer ser uma eterna vitima, blza... Mas se vc for atras dos seus sonhos.. tudo vale a pena... Nem q la no final ,vc olhe pra tras e veja q ñ era isso q vc queria...Então será hora de recomeçar...e sonhar novamente.. bjos meu novo amigo...

Simonadasutil disse...

Há certas histórias que, convenhamos, parece contos da carochinha,vivemos num mundo em que vc pode ser o que quiser nessa vida, portanto, cada um cada um!!!