domingo, 27 de outubro de 2013

Podemos definir o caráter de alguém à primeira vista?


É possível tentar qualificar uma pessoa apenas vendo-a por alguns minutos ou ouvindo suas palavras por tão pouco tempo? Claro que é complicado. As pessoas dizem que “a primeira impressão” é muito relevante. Ou que o cartão de visitas desperta interesses. Mas algumas situações nos colocam a refletir e a tentar imaginar qual o nível de caráter de determinada pessoa que acabamos de conhecer.

Muito bem. Dançando nas palavras desta introdução, vi hoje na televisão uma entrevista da cantora Sandy. Muito criticado por ser filha de cantor sertanejo famoso, por ter começado a carreira artística como criança, por declarações sobre práticas sexuais em revista popular, a citada cantora foi “desafiada” num quadro do programa da apresentadora Eliana a definir se gostaria de fazer amizade numa relação de nomes apresentados naquela atração.

Independentemente da figura pública de Sandy agradar ou desagradar seja pela música, ou pela exposição na mídia, o que eu ouvi em tal programa me transpareceu palavras oriundas de uma pessoa equilibrada, tranquila e sem rancor no coração. A arte dela não me representa nada em termos de relevância, mas nesse desafio de tentar imaginar se elementos que ela externa publicamente poderiam mostrar qual seu padrão de caráter, apenas me fez ter uma certeza inicial: Sandy é uma pessoa iluminada. Não guarda ódio de ninguém. A imagem da boa moça é realmente de boa moça na minha visão. Alguém que parece apenas cultuar o amor, as coisas alegres da vida, sem rancor ou ódio de quem quer que seja que opine sobre ela.

Seja ela boa cantora, famosa ou alguém que as pessoas possam dizer que cuja fama foi criada pela grana e fama dos pais, sua opinião de respeito sobre pessoas de vida diferente da dela, como travestis, pastores homofóbicos, machistas, críticos a sua obra, é algo louvável que apenas me faz pensar que apenas luz reside em seu coração.


Estamos trabalhando no campo de opiniões e visões. Ela pode ser um péssimo ser humano para pessoas próximas ou empregados e agentes, mas pelas doces e afáveis palavras, é uma pessoa que todos gostaríamos de ter em nosso convívio.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O perigo de uma falsa informação nas redes sociais

Já versava o velho ditado: quando uma mentira é contada diversas vezes ela se torna verdade. Os meios de comunicação, mais especificamente a internet (por sua interatividade), estão gerando o perigoso campo do falso que passa a ser de crendice popular. O caso mais recente e ilustrador deste fato foi uma falsa declaração atribuída à Ministra de Direitos Humanos Mário do Rosário, publicada num blog. Nela é informado que a Ministra criticou a ação de um policial  que baleou um assaltante, cujo ato foi filmado e divulgado na internet. Tal nota daria conta de que a Ministra defendia a ideia de maus tratos contra o meliante em questão. Pela propagação da falsa notícia via rede social, a Ministra foi criticada, ofendida e chegou até a publicar uma nota negando tal ato.

Em tempos em que se discute sobre mídia ninja ou a utilização de canais pessoais para informação torna-se preocupante o fato de as pessoas acreditarem fielmente nas milhares de postagens que a rede lança diariamente. Se é possível criar fato para pessoas públicas como no caso de um ministro de estado, imagine o que não poderia ser feito com um cidadão comum. E pior, como a velocidade da informação de rede social é extremamente alta, muita gente lê uma notícia (“publicação” cai melhor) e nela pode acreditar, sem depois ter a oportunidade de assimilar uma correção. E ela vai divulgar para centenas, que vai divulgar para centenas. E, de repente, uma informação caluniosa ou enganosa acaba sendo digerida pela população como um fato real ocorrido.

Olhando por esse ângulo, passamos a duvidar de tudo o que possa ser publicado por fontes particulares. Você nesse momento está lendo esta matéria de um blog pessoal. Como saber que ela é verídica? A imagem abaixo foi extraída do site do Ministério dos Direitos Humanos, portanto isso é o âmago do jornalismo, mesmo marginal  ou amador. Certificar-se que se trata de algo verídico.



São elementos como esse que jogam contra o conceito de informação via internet de canais populares. Se canais como jornais, rádio e TV e seus similares na internet publicam qualquer notícia, ela é embasada por um grupo preparado pra isso, com profissionais que investigam suas fontes e tem argumentos gravados ou registrados para produzir tal informação. Nesse ponto reside a tal da credibilidade.

É como o exemplo que já utilizei antes em outras discussões. Em 1938 o cineasta Orson Welles narrou uma peça chamada “A Guerra dos Mundos”, num programa de rádio, o que levou os ouvintes a acreditarem que alienígenas haviam invadido os EUA. O fato causou pânico generalizado na população, acreditando ser tal notícia verdadeira. Na época, tanto as transmissões radiofônicas quanto o cineasta tinham total credibilidade popular. Welles quis talvez provar o quão perigoso é lidar com divulgação de informações às massas. Quando imaginamos então o Brasil, um país carente de educação de boa qualidade, onde boa parte da população carece de cultura e está à mercê de conteúdo jornalístico popularesco e descartável, podemos deduzir qual o nível de penetração que a falsa informação pode atingir.


O cuidado extremo que quem vê e acessa informações via internet é não acreditar cegamente. Quando uma informação tem alguma relevância à vida das pessoas, o bom censo manda pesquisarmos em outros locais, de preferência em órgãos oficiais ou renomados. Assim protegemos um pouco nosso conhecimento.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A Educação de Qualidade é a única solução para os problemas sociais, políticos e econômicos do país


Num momento onde se discute as condições de trabalho dos professores, nada mais apropriado do que refletirmos sobre os benefícios que um sistema de educação bem estruturado e planejado possam influenciar no desenvolvimento do cidadão.

·        Uma didática de qualidade condicionará o aluno a pensar, refletir e enxergar o mundo sob várias perspectivas. Na adolescência e na fase adulta terá opinião e global aderência de seus direitos. Cidadãos com opinião e interessados nos mecanismos sociopolíticos têm maiores condições de eleger governantes justos e éticos, assim como ter voz ativa e forte na luta por mudanças. 



·        A educação de qualidade propicia ao aluno a aceitação de valores relacionados à ética, respeito, companheirismo e colaboração. A convivência social futura tornar-se-á mais participativa nos quesitos tolerância e solidariedade.

·         Uma escola de qualidade obviamente destinará alunos preparados para sua formação universitária e, por conseguinte, gerará profissionais melhor preparados técnica e psicologicamente. Mais resistentes às tentações de corrupção, sonegação e ma fé em qualquer prática profissional. Além de gerar empreendedores com uma visão ética no lide com as regras comerciais de concorrência e qualidade.

·         Uma vivência em escolas de qualidade incorpora na vida do aluno o desejo por leitura, artes e valores históricos. Isso torna o adulto um potencial consumidor de cultura, bem como o vislumbre de investimentos no segmento.

·        Adultos com uma bagagem educacional de bom nível atuarão com mais sociabilidade e responsabilidade, valores que inibem a prática de qualquer tipo de violência, um golpe certeiro na redução da criminologia.

·         É bastante salutar a ideia de que uma pessoa com uma forte transição escolar terá mais condições de se tornar um ser humano mais tolerante e comunicativo, que terá mais chances de se relacionar bem com amigos, esposa e filhos, sempre se utilizando do dom do diálogo para amenizar as crises.

·        Pessoas com uma educação fundamental de qualidade adentrarão a vida adulta cultivando o respeito às escolhas, às diferenças, às condições de quem os cercam. Evidentemente que muito desses valores estão intimamente ligados à personalidade própria de cada um. Mas com certeza, pessoas muito bem instruídas têm mais chance de se autoavaliar e fazer uso de seu bom senso para conduzir sua convivência social.


Enquanto não reestruturamos a base de nossa educação, ficaremos sempre correndo atrás dos efeitos. Sempre corrigindo e não planejando. É necessário se ter um alicerce forte e duradouro, senão o que vem depois são apenas manutenção e correção. Podemos cobrar com veemência um comportamento ilibado de uma pessoa que teve boas raízes familiares e educacionais, mas talvez não possamos fazê-lo com tal afinco se ela não teve tal estrutura em sua infância e adolescência.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Condomínio Brasil


O ponto crucial no sucesso da administração de qualquer organização é certamente a administração de recursos. Pode-se ser benchmarking em motivação pessoal, em regras de negócios, em estatísticas de mercado, em estratégias, mas se não houver domínio do controle de recursos, qualquer instituição, privada ou pública, de tamanho minúsculo ou mega corporação, a chance de falência é gritante.

No Brasil ocorre o efeito "administrar com folga de recursos". Vamos pensar na administração de um condomínio, sejam moradias verticais ou horizontais. Um prédio por exemplo. Todos os moradores (condôminos) têm de colaborar com um valor mensal, cujo somatório vai pagar as despesas para benefícios comuns a todos. Funcionários de limpeza, segurança, recepção, manutenção. Despesas com equipamentos e insumos na manutenção das áreas de uso público. Pois bem. Suponhamos que este valor mensal a ser pago fosse hiperdimensionado. O síndico (ou administrador do condomínio) teria a sua disposição um valor montante que lhe permitira pagar e investir com "folga de recursos".

É isso que ocorre em nosso país. A carga tributária imposta ao empresariado e ao cidadão comum gera receitas em níveis exorbitantes. O total de impostos recolhidos em 2012 foi de cerca de R$ 1,6 TRILHÕES (fonte UOL/Economia). Ou seja cerca de R$ 133 BILHÕES mensais. É com esses recursos que o governo deveria prover saúde, segurança e educação a seu povo. E claro, custear a máquina pública, remunerando seus agentes, do mais simples funcionário braçal até o presidente do Superior Tribunal Federal.

Em suma, como existem buracos financeiros no equilíbrio econômico do país, a sociedade sofre com essa destruidora realidade tributária. Esses buracos são frutos da má administração dos recursos. Sem nos antenarmos à já declarada e conhecida prática criminosa de desvio de verbas públicas para bolsos privados, as tsunamis de regalias que cercam a máquina, e que consomem milhares/milhões de recursos (auxílio vestuário, aluguel de carros, 300 assessores para cada deputado, viagens para familiares) são fatores que fazem com que os serviços públicos não recebam suas cotas de aplicação dos recursos financeiros.


É o Condomínio Brasil, onde seus síndicos têm à disposição um farto e (muitas vezes) inimaginável estoque de recursos, e que faz com ele o que mais lhes convém, sem costumeiramente ter a necessidade de prestar contas a nós condôminos, que somos obrigados a pagar exclusivamente a esse condomínio e não temos chance de buscar outra moradia com uma administração mais justa, competente e transparente.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Qual o limite de nossas necessidades?


Desde o principio da história humana, buscamos ter, conquistar e almejar elementos materiais que nos forneçam conforto e segurança. O que antes era apenas sinônimo de subsistência básica, se transformou, nos tempos modernos, numa busca desenfreada em possuir mais e melhor.

Uma casinha própria, com cama, fogão, geladeira, televisão e carro na garagem, não é mais o ápice do sonho de patrimônio. Hoje buscamos sempre ter a melhor casa, a melhor cama, o melhor fogão, a melhor geladeira, a melhor TV e o melhor carro. E muitas vezes em quantidade superior à única. A cada ano que se passa nos dispomos insatisfeitos com nossos bens materiais. Muito dessa insatisfação se deve ao desenvolvimento tecnológico que a cada mês lança um novo e aprimorado produto no mercado, com a publicidade enchendo nossos olhos de desejos.

Como viver nos dias de hoje sem nosso Smartfone, GPS, com carro sem ar-condicionado e air-bag, sem smart TV com tela 3D, sem passar um dia sequer sem olhar as redes sociais da internet, sem nossos 359 canais de TV fechada? Será que tudo isso é premissa mesmo de felicidade?

Será que não estamos deixando de lado o prazer de consumir cultura, encontros com amigos, viagens, shows ao vivo, tomar aquele vinho, cozinhar aquele prato desafiador? Pode-se se dizer que nossa necessidade tecnológica é o caminho para esses prazeres da vida. Mas muita gente se atém apenas ao caminho e se esquece do destino. Se atém mais à embalagem do que o conteúdo. Aos meios do que aos fins.

É evidente que ninguém vai voltar a habitar cavernas, e claro que, a grande maioria da modernidade veio para facilitar nossa vida. Mas a velocidade de se querer ter cada vez mais coisas pode estar sufocando o ímpeto eterno da pessoa em ter momentos regozijantes em coisas simples. Se passarmos correndo em frente a uma escultura ou a uma flor talvez não tenhamos capacidade de assimilar sua beleza. Isso também se aplica às pessoas a nossa volta. A busca transloucada pela sobrevivência e pela obtenção de bens não nos deixa refletir de como está nossa relação com nossos familiares e amigos.

São clássicas as discussões acerca da distância psicológica entre pai e filho, marido e mulher, irmão e irmã. Será que estamos vivenciando época em que a tecnologia está ocupando o lugar do humanismo? Tal qual a lição que vimos na animação Wall-E, onde os humanos vivem numa nave, cercados de conforto para todo lado, e nem sequer caminham mais. Vê-se isso na vivência de nossas crianças, onde videogames, internet e celular são seus companheiros inseparáveis. Se suas vidas adultas sentirem falta de um mundo de descobertas e contato humano físico na época da infância, o tempo poderá indicar o quão frio será o futuro de nossa sociedade.


Isso tudo é apenas um lançamento à reflexão. Visto que tanto eu quanto você estamos no meio disso. Estamos contaminados (do ponto de vista bom ou mau) por essa transformação de costumes.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ordem e Protesto


Copa das Confederações. O Brasil noticiado em muitas partes do mundo. Estádios que custaram milhões (e que cujos orçamentos foram extrapolados – basta ver a revista Veja todo mês para observar cada caso). Políticos todos felizes nas inaugurações. Não existiria momento mais propício para que fossem deflagrados, em todo o país, movimentos de jovens que saíram às ruas para protestar e fazer com que muita gente no globo percebesse que o brasileiro não é apenas um fanfarrão, fã de futebol, praia e samba. Também tem suas visões políticas e seu inconformismo acerca de má administração dos recursos públicos.

O reajuste de R$ 0,20 nas tarifas de transporte das capitais foi apenas um gatilho. Existem interesses escusos por trás de tais movimentos? Claro que sim. Isso é um deleite para a oposição de ano-véspera de eleições presidenciais. Mas até quando aceitar com as nádegas grudadas na cadeira, os desmandos do reino empresarial/governamental da nação? Reajustes nos salários de deputados, senadores, criação de bolsas-auxílio para categorias necessárias duvidosas, cortes na aposentadoria, em face da eterna precária condições dos serviços públicos, sem que ninguém questione, feito por “eles” e para “eles”.

É claro que no meio destas dezenas/centenas de inconformados que saem às ruas existem baderneiros, delinquentes, gente que quer mais destruir do que ser ouvido. A polícia exagera no seu dever de manter a ordem? Sim, lá no meio dela também existem profissionais despreparados. Agora, se ela receber pedradas, tem mesmo que agir, ou como se fala por aí, descer a borracha. Mas isso não é desculpa para se tombar carros, destruir caixas eletrônicos, depredar ou saquear lojas. Quem faz isso é bandido. Outra coisa: protesto é feito para os interesses da população, não para prejudicá-la. Fazer barricadas, queimar coisas, interromper trânsito, apenas traz dor de cabeça aos cidadãos.

Não existem apenas santos ou demônios, seja entre os protestantes, seja entre a polícia, seja entre os governantes. Mas não dá mais pra engolir essa história de que a solução dos problemas do país repousa no poder do voto. A Constituição de 1988 trouxe de volta o voto direto, então já são 25 anos, e sai presidente e entra presidente e os três principais pilares da cidadania brasileira estão sempre em frangalhos: educação, saúde e segurança. Como sempre falo nesse espaço: pôr a casa pública em ordem tem que partir do conceito da boa administração. Senadores, deputados, governadores são pagos por nós cidadãos para trabalhar em nosso favor. Eles têm que focar suas gestões em cortes de gastos desnecessários, e voltar os investimentos certos para necessidades certas. Nem devo entrar no mérito da corrupção, pois isso é algo que se pressuponha que jamais deva existir. Mas sim na competência administrativa, na intenção de ser funcional o sistema governamental. Para um povo e também para um meio empresarial que sofrem com uma carga tributária que beira o terrorismo e que abastece mensalmente, com bilhões de reais, os cofres da nação.


Protesto sim. Mas com racionalidade, organização, bom censo e respeito à ordem e aos direitos dos cidadãos. Um movimento feito sem argumentação e na base da violência, perde sua razão de existir. Se o poder emanar da força e não da palavra, ele se aproxima mais de um modelo de ditadura do que de democracia.

sábado, 18 de maio de 2013

Homofobia - Limites para incriminar?


Mais um assunto muito comentado, discutido e colocado em discussão como tema a ser amparado por lei. A homofobia. Em minha visão, há de se considerar o conceito de limites para enquadrarmos tal prática.

O limite inferior, onde realmente agressões físicas e verbais são levadas a cabo contra homossexuais apenas por sua natureza. Além de preteri-los no tocante de vagas de empregos, associações, instituições de ensino e religião. Quando atos deste tipo são praticados, não há como negar o ódio que um ser humano tem de outro apenas pelo último ser, pensar e agir diferente do primeiro.

Mas tomemos muito cuidado com o limite superior, onde os direitos e exigências dos homossexuais podem ultrapassar o direito normal de pensamento e discordância de uma pessoa. Deixemos a hipocrisia de lado e olhemos para nós mesmos. Quem nunca riu de uma piada sobre gays, contada numa mesa de bar? Não é por isso, que depois desse ato, vamos pegar uma barra de ferro e agredir uma homossexual numa esquina. Não é por isso que vamos xingá-lo ou deixar de se comunicar e ser gentil com ele, como seríamos com qualquer pessoa.

A liberdade de pensamento e o julgamento de valores de cada um devem imperar, sem que isso se transforme em quaisquer atos de discriminação ou ceifação de direitos. Se estou num ônibus ou num metrô e cedo meu lugar a uma pessoa idosa e não a um homossexual, não estou sendo homofóbico. Se, numa entrevista de emprego, eu contrato um heterossexual, baseado em competência e experiência, em detrimento ao um candidato homossexual, não estou sendo homofóbico. Se, numa praia eu opto por consumir alimentos num quiosque comandado por um hetero, por conta da qualidade de seus serviços, não estou sendo homofóbico por não consumir num quiosque comandado por um homossexual.

Há de se pensar nesses limites. Eu sempre tratei muito bem todo tipo de pessoa, independente de sua opção de vida ou condição socioeconômica. Mas, não podemos condenar criminalmente uma pessoa que se recuse a conversar com um homossexual, por ser contra suas práticas. Desde que esse cidadão nunca o agrida moralmente ou fisicamente, ele não está cometendo nenhum crime por discordar da condição da homossexualidade.

Um fato sempre lembrado é aquela velha história de um casal gay se beijando num restaurante ou num lugar público. Se fosse um casal hetero também seria desconfortável aos olhos alheios. O que temos de pensar se são lugares familiares ou não. Você não vai numa boate ou num cinema com sua esposa e seus filhos para jantar. Nesse tipo de ambiente, você se depara com pessoas que se entregam à pratica desse tipo de carícias ou contatos físicos. O que não se pode admitir é que, um casal de homossexuais faça tal prática em lugares públicos ou familiares apenas para chocar, para elucidar e propagar sua visão de direitos.

Isso seria uma afronta à liberdade de cada um. Não se trata de homofobia. Trata-se de exposição excessiva ou afronta ao comportamento respeitoso de cada cidadão. Direitos todos devem ter sim. Abuso de direitos, nunca.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Maioridade Penal: O inferno também tem crianças



Um dos assuntos mais discutidos pela sociedade brasileira hoje em dia é a alteração na constituição nacional no tocante da maioridade penal. Mais que necessária, essa discussão faz parte de uma mudança que visa trazer ao futuro um nível de segurança bem mais reconfortante do que o que vivenciamos nos dias atuais.

Sempre existirão conflitos com os dois lados da moeda: um jovem de 16 anos deve ser considerado um bandido no mesmo patamar de periculosidade do que um de 20? Aplicar penas privativas de liberdade vai fazer desse adolescente um futuro criminoso, uma vez convivendo com pessoas mais experientes dentro de uma penitenciária?

Talvez o grande “X” da questão seja mais filosófico. Qual a fronteira onde uma pessoa deixa de ser uma criança irresponsável para se tornar uma pessoa com intenções de maldade? Um garoto de 13 anos com um revolver na mão que assalta e mata um cidadão, tem consciência dos danos que está causando a outra vida humana? Para dezenas, centenas de adolescentes que vivem nas ruas, em contato com as drogas e a marginalidade, utilizando da violência como forma de sobrevivência, existe alguma esperança de futuro? Existe alguma chance que essas criaturas venham a ter uma vida decente, venham a ter boas intenções? Ou estão condenados a matar ou morrer?

Por mais que digam que a violência navega por todas as classes sociais e econômicas, é totalmente provável que a grande maioria dessas crianças, aprendizes de assassinos, estupradores e traficantes, venha de classes menos abastadas, onde não impera o sentido da educação familiar, onde não se convive com o hábito de frequentar escolas, ou se introduzir o jovem a alguma profissão.

A grande verdade é que, além de proteger o cidadão, as penitenciárias ou institutos de detenção de maiores ou menores, tem como razão de existência a recuperação do detendo para viver em sociedade, desvincular-se dos dogmas de brutalidade, violência e malfeitoria. Duvido que exista um só brasileiro que acredite na funcionalidade dessa razão, em face da situação caótica que o sistema penitenciário brasileiro vive. Em outras palavras, um menor que pratica um crime, sendo julgado e condenado, ou liberado de uma instituição de menores, dificilmente cessará sua atividade criminosa.

A solução talvez resida em evitar que um primeiro crime ocorra. E não tem como fugir de duas frentes: educação familiar e escolar. Mesmo em ambientes da mais absoluta pobreza. Não se pode corrigir o incorrigível. Há de se atuar na prevenção, não no conserto. E sempre vamos cair no lugar comum. Num governo onde cada semana nos deparamos com escândalos de desvio de verbas públicas, corrupção e má administração da máquina, como esperar que serviços como educação e segurança recebam a devida e justa cota de investimento? Como esperar que uma mãe com 8 filhos, residindo em lugares onde nem serviço de esgoto possui, possa garantir a qualidade de vida e futuro para todos eles?

A educação e instrução cultural devem impedir que essa mãe tenha mais que 2 filhos, sendo que ela não tem condições de criar nem mesmo um. Com ou sem intervenção do governo. Às vezes temos a sensação de que as crianças de nossa sociedade são tratadas como animais abandonados, jogados num terreno qualquer, e qual for mais forte vai sobreviver. Enquanto isso 15 belos estádios são apresentados para a Copa de 2014, num investimento médio de 600 milhões de reais cada um. Sei que sempre será bem mais fácil reclamar e apontar falhas, do que apresentar soluções concretas e funcionais, mas será que há interesse do governo nessas soluções?

domingo, 10 de março de 2013

Corrigir Rotas



Uma embarcação, ao zarpar, se errar meio grau em sua rota com certeza chegará a milhares de quilômetros de seu lugar original de destino. Assim é a nossa vida. Quando fazemos escolhas equivocadas nunca atingiremos nossos objetivos almejados. Mas, a exemplo do barco, é possível corrigir a rota durante o percurso. Fazer mudanças a qualquer momento, corrigir o foco para buscar chegar onde sonhamos faz parte dessa correção de rota.

Sempre é possível fazer novas escolhas. Muitas vezes nos acomodamos, ou nos acovardamos mediante situações que podem se apresentar complicadas, inseguras. Deixamos muitas vezes o medo e as incertezas dominar nosso cotidiano e nos recusamos a sair da zona de conforto, mesmo que muitas vezes o que menos encontramos é conforto.

Muitas pessoas esperam chegar ao destino errado e passam o resto da vida lamentando desse “erro” de direcionamento, do que ajustar a direção. Encontramos pelo caminho muitos mares agitados, muitas tormentas, pouca visibilidade. Mas são várias as vezes quando navegamos em mares calmos, onde é possível raciocinar, planejar, renascer, recriar-se. Temos apenas que nos localizarmos, enxergar onde estamos para onde estamos indo. Não saber o que queremos, não termos planos, metas e objetivos é navegarmos às cegas, sem bússolas, sem orientação.

Infelizmente, alguns de nós somos fracos, em termos de personalidade, fé, perseverança. E deixamos o barco afundar sem que chegue a qualquer destino. E mesmo que cheguemos a um lugar onde não desejaríamos estar é sempre bom lembrar que é possível novamente traçar nova rota e sair novamente em navegação. Para isso só precisamos de uma condição: que nosso sentimento de querer seja maior do que o medo de enfrentar dificuldades.