terça-feira, 10 de setembro de 2013

Condomínio Brasil


O ponto crucial no sucesso da administração de qualquer organização é certamente a administração de recursos. Pode-se ser benchmarking em motivação pessoal, em regras de negócios, em estatísticas de mercado, em estratégias, mas se não houver domínio do controle de recursos, qualquer instituição, privada ou pública, de tamanho minúsculo ou mega corporação, a chance de falência é gritante.

No Brasil ocorre o efeito "administrar com folga de recursos". Vamos pensar na administração de um condomínio, sejam moradias verticais ou horizontais. Um prédio por exemplo. Todos os moradores (condôminos) têm de colaborar com um valor mensal, cujo somatório vai pagar as despesas para benefícios comuns a todos. Funcionários de limpeza, segurança, recepção, manutenção. Despesas com equipamentos e insumos na manutenção das áreas de uso público. Pois bem. Suponhamos que este valor mensal a ser pago fosse hiperdimensionado. O síndico (ou administrador do condomínio) teria a sua disposição um valor montante que lhe permitira pagar e investir com "folga de recursos".

É isso que ocorre em nosso país. A carga tributária imposta ao empresariado e ao cidadão comum gera receitas em níveis exorbitantes. O total de impostos recolhidos em 2012 foi de cerca de R$ 1,6 TRILHÕES (fonte UOL/Economia). Ou seja cerca de R$ 133 BILHÕES mensais. É com esses recursos que o governo deveria prover saúde, segurança e educação a seu povo. E claro, custear a máquina pública, remunerando seus agentes, do mais simples funcionário braçal até o presidente do Superior Tribunal Federal.

Em suma, como existem buracos financeiros no equilíbrio econômico do país, a sociedade sofre com essa destruidora realidade tributária. Esses buracos são frutos da má administração dos recursos. Sem nos antenarmos à já declarada e conhecida prática criminosa de desvio de verbas públicas para bolsos privados, as tsunamis de regalias que cercam a máquina, e que consomem milhares/milhões de recursos (auxílio vestuário, aluguel de carros, 300 assessores para cada deputado, viagens para familiares) são fatores que fazem com que os serviços públicos não recebam suas cotas de aplicação dos recursos financeiros.


É o Condomínio Brasil, onde seus síndicos têm à disposição um farto e (muitas vezes) inimaginável estoque de recursos, e que faz com ele o que mais lhes convém, sem costumeiramente ter a necessidade de prestar contas a nós condôminos, que somos obrigados a pagar exclusivamente a esse condomínio e não temos chance de buscar outra moradia com uma administração mais justa, competente e transparente.