quarta-feira, 24 de junho de 2009

Atos Secretos


A notícia rolou há alguns dias. Parentes de nosso excelentíssimo ex-presidente e atual presidente do Senado Federal, Sr. José Sarney, teriam sido contratados para o governo através de ATOS SECRETOS.

Peraí....Atos Secretos?

Então agora falcatrua tem um instrumento oficial e judicial pra existir?

Ato Secreto. O nome já é uma vergonha.
Quantas e quantas pessoas se matam pra estudar pra concursos públicos, às vezes concorrendo com 1.000, 10.000 candidatos por uma vaga, vazando noites sobre livros, angariando as últimas economias pra custear cursos.......

E parentes de nossos amados comandantes são inseridos no funcionalismo público por Atos Secretos.

E querem saber? O buraco é muito mais profundo do que se imagina.

O portal Terra publicou hoje (24/06/09) que 662 Atos Secretos estão sendo investigados. Isso mesmo 662.

Quanta lama.

No domingo, a TV mostrava um caso de uma menina de 28 anos, que por conta de um problema de tireóide, não cresceu. Tem o corpo e a mente de um bebê de 1 ano.

Então, Mr. Sarney, crie por favor um Ato Secreto para ajudar essa menina.

Meu tio, Mr. Sarney, está com câncer em estado crítico e mal tem recursos pra se tratar. Tem como o Sr. criar um Ato Secreto pra ajudá-lo?

Em regiões brasileiras de poucos recursos, muitas das escolas públicas funcionam a céu aberto, sem estrutura de livros, cadeiras, lousas. Muitas vezes pela ideologia de professores, que nem sempre recebem salários. Sugiro, querido ex-presidente, que seja criado um Ato Secreto para melhorar a situação destas instituições.

No Brasil, um trabalhador que começou sua atividade profissional aos 12 anos, só pode se aposentar com quase 60 de idade, recebendo 70% da média de seus últimos salários. Pra (sobre) viver o resto de sua vida, muitas vezes convalescido, dependendo das péssimas condições da saúde pública, em busca de uma vida digna nos parcos anos que ainda lhe restam, e muitas vezes nunca alcançada.

Que tal um Ato Secreto pra melhorar as regras de aposentadoria?

Acho que, já que as leis deste país não atendem às condições sociais básicas dos cidadãos, quem sabe os Atos Secretos não seriam a revolução que esse povo precisa?

Com certeza muita gente deve ter se beneficiado e muito com esses 662 Atos Secretos. Quem sabe o restante da população brasileira, também não gostaria de experimentar esses benefícios?

terça-feira, 23 de junho de 2009

A corrosão do respeito humano

Às vezes as relações humanas são dignas de náuseas.

O comportamento que algumas pessoas têm para com as outras é dingo de revolta.

As pessoas julgam outras pessoas sem conhecê-las. Estabelecem com elas uma relação de pré-conceito. Além do julgamento, ainda popularizam essa imagem, fazendo com que um grande número de pessoas tenham uma opinião distorcida.

Eu tenho com certeza dezenas de defeitos, como qualquer ser humano imperfeito que perambula por este planeta. Mas uma coisa que nunca faria seria difamar, classificar, conceitualizar alguém sem conhecê-la.

Posso estar errado, mas pra mim todo mundo é bom até que me prove o contrário.

Eu acredito nos seres humanos. Ainda acredito na bondade, na lealdade, na sinceridade das intenções. Mas cada vez mais a gente se depara com a hipocrisia, ganância, individualismo, falta de caráter. E parece que cada vez mais isso se torna muito comum na sociedade. Aceitamos isso como se fossem a mudanças de valores, e nos sentimos às vezes como se nós estivéssemos errados.

Aquela máxima que se ouve sempre, "o mundo é dos espertos", ou "tenho que defender o meu, dane-se os outros". O humilde, o bom, o leal, o brando de coração é relegado a uma posição de derrotado, onde não há pra ele mais lugar nesta luta selvagem pela sobrevivência.

Acho que já passou da hora de parar de confundir inocência com benevolência.

A impressão que se dá é que estamos numa parábola. A evolução trouxe conforto, a globalização aproximou as pessoas, mas a contra tempo, trouxe o caos na forma em que as pessoas se tratam e se respeitam.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Movimentos e Passeatas patrocinados pelo Governo

Antes de comentar o teor deste post, gostaria de deixar claro que respeito qualquer tipo de manifestação em prol da liberdade e de direitos requeridos.

A Parada de Gay de São Paulo de 2009, que luta pelo respeito às opções sexuais dos indíviduos e contra a homofobia (ódio aos homosexuais) - e aqui cabe apenas uma opinião, onde acredito que gente desnuda e dançante e gente fantasiada gera muito mais piadas e chacotas do que respeito -teve o patrocínio de estatais como Petrobrás e Caixa Econômica Federal e o financiamento da Prefeitura da Capital.

Nada contra, um evento que segundo consta favorece o turismo e o apelo social, pode ser apoiado por qualquer instituição, privada ou pública.

Mas isso também me dá o direito de pensar que qualquer outro movimento de protesto deve então receber o mesmo tipo de apoio.

Organizações que protestam sobre falta de segurança, educação, saúde. Que lutam contra as mordomias e desrespeito ao dinheiro público dos homens do congresso (se contar matérias de capa em revistas sobre isso vai pra cada das dezenas). Que lutam contra o aborto. Que lutam contra a exploração sexual infantil, o trabalho infantil.

Organização que possam vir a protestar contra a alta carga tributária (se bem que instituições governamentais não vai pagar a pedra nas suas janelas). Que lutam contra a má utilização das verbas públicas, muitas vezes utilizadas em obras puramente políticas sem atender as necessidades reais do cidadão.

Todas esses protestos tem os mesmos direitos de serem patrocinados e financiados que o movimento GLSBT têm. E na minha opinião, desculpe se incomodar, com muito mais razão de ser.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Convergência

O contrário da auto-desvalorização é o egoísmo.

O segredo pra tocarmos bem essa nossa vidinha, é viver no ponto onde eles se cruzam, onde acaba a primeira e onde começa o segundo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

O poder do YouTube


A Internet é hoje o brinquedo eletrônico do mundo. Muito da economia mundial depende da rede, além de grande parte do entretenimento. As comunicações pessoais são feitas através de programas de trocas de mensagens. Da já fóssil carta escrita a mão ao telefonema, tudo vai sendo preterido pelas palavras transferidas por bits.

Em feiras tecnológicas, a cada ano são apresentados aperfeiçoamentos de equipamentos, velocidade de banda, sistemas, que em breve abrangerão os programas de televisão, transmissão de músicas, notícias.

Um dos exemplos maiores do poder que a Internet exerce sobre os hábitos da informação é o Youtube. O site de armazenamento e divulgação de vídeos virou uma febre mundial. Assim como o recente Twitter.

A economia sofre grande impacto desse novo mundo virtual, dessa mudança de hábitos.

O recente caso de Susan Boyle, a britânica anônima que, de pretensa atração bizarra, virou sensação em programa de calouros, é uma prova de que a massificação de um fato, gera uma forte possibilidade de lucro comercial.

O programa inglês Britain´s Got Talent, transmitido pelo canal ITV1, obteve um crescimento espantoso de 355% em sua audiência em relação a outras edições, pela participação de Susan. Dos 3,8 milhões de expectadores, a atração chamou a atenção de 17,3 milhões este ano. Estima-se que tal programa tenha gerado uma receita de £30 milhões em publicidade.

Foi uma jogada de marketing que talvez nunca pairasse nos mais otimistas sonhos de seus produtores. O vídeo de Susan deixando boquiabertos jurados e platéia na belíssima execução de “I Dreamed a Dream” foi mundialmente difundido pelo Youtube. O que fez com que Susan virasse notícia em telejornais, portais da net e revistas mundo afora.

Isso pode significar que estamos diante de um novo filão a ser explorado. O aumento da demanda de consumo em alguns segmentos, a partir da divulgação de fatos em canais de abrangência gratuita da Internet.

Susan pode ter até mesmo sido criada e propositalmente jogada no Youtube pelos produtores. Acredito mais que tenha sido o acaso. De qualquer forma o sucesso comercial do programa só foi possível pela expectativa criada a partir da febre que o Youtube criou com isso.

Vamos fazer o seguinte ensaio: imagine que um vídeo qualquer, caseiro mesmo, que apresente uma cena cômica ou inusitada, enfatize um certo produto ainda não existente no mercado. O sucesso desse vídeo pode funcionar como a alavanca para que esse produto, assim que manufaturado, seja sucesso de vendas. Claro que depende de programas de qualidade industrial e logística pra isso. Mas de qualquer forma a semente foi plantada.

Muitas Susans podem ainda aparecer e muitos vendedores de Susans podem gerar receitas milionárias com divulgação gratuita de produtos nos canais de comunicação da Internet.

A Internet, antes uma plausível inimiga de alguns setores da economia, como mercado fonográfico, cinematográfico e jornalístico, agora pode vir a ser um oásis publicitário, onde o diferente, o bizarro, o curioso venha chamar a atenção do público em massa, deixando-o como provável comprador.

Talvez seja o início da ideal adequação da Internet aos interesses comerciais da tão surrada economia mundial dos dias atuais.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Olhar pra frente e pra trás

Domingo, 20 horas. Normalmente um dia de descanso e relax, antes de se iniciar outra semana de trabalho.

Fui até uma lanchonete no bairro onde moro.
No caminho, olho sem querer para uma casa da redondeza.
Uma casa humilde, onde uma porta aberta revela possivelmente a moradora junto a uma máquina de costura industrial. Isso me fez pensar.

Muitos de nós, às vezes numa situação econômica e social razoáveis, quando nos deparamos com alguns problemas emocionais, achamos que somos as pessoas mais desafortunadas da terra, que o mundo é injusto com a gente, que Deus nos esqueceu.

Aí eu me pergunto. Aquela senhora, num domingo à noite, costurando em sua casa, sabe-se lá desde que hora, o que deve pensar?

Pessoas que às vezes não tem direito a alguns confortos básicos, como comprar um lanche num domingo à noite, como lidam com suas mazelas emocionais?

Imagem a desesperança de lidar ao mesmo tempo com as dificuldades financeiras e possíveis depressões?

Isso me traz à tona algo que sempre digo a amigos, em rodas de conversas sobre a vida.
Pra o mim o segredo da vida é o meio-termo, o equilíbrio.
Acredito que temos que simultaneamente, olhar pra frente e pra trás.

O que isso quer dizer?

Se a gente apenas mira pessoas que estão melhores que a gente em termos financeiros, sociais e familiares, e pensarmos que temos à todo custo, crescer, ter coisas, ganhar dinheiro, poderemos deixar nosso lado ganancioso fazer esquecermos de vivenciar as coisas simples, o prazeres, as conversas com amigos. Quando tem gente em situação bem pior que a nossa.

Se apenas pensarmos em pessoas que vivem um padrão de vida pior que o nosso, poderemos cair na armadilha do comodismo. Pensando que "vou ficar com o que eu tenho, que está bom demais. Tanta gente não tem isso...". E deixamos de crescer, querer sempre melhorar, evoluir, conquistar.

Pé no chão e foco no futuro.
Ao mesmo tempo em que somos muito pequenos perante Deus e a esta estrutura complexa que é a vida, somos os seres mais importantes deste sistema todo. Nossa história, nossa vida, nossas conquistas, estão em nossas mãos.

Nunca se lamente por que seu vizinho tem um carro ou casa melhor que sua, lute pra ter também.
Nunca se conforme se o seu carro ou sua casa estão bons demais para você "apenas" porque o seu vizinho tem um carro ou uma casa inferior, mais simples.

Valorize o que tem. Seus bens, sua saúde, seu emprego, seus amigos, sua fé. Mas não pare no tempo. Como otimista convicto, vou pegar carona naquela frase que diz: não há tão ruim que não se possa piorar,

NÃO HÁ NADA TÃO BOM QUE NÃO SE POSSA MELHORAR.