sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Um espetáculo de inutilidade

A polêmica da vez foi a perfomance de um transformista em plena Câmara dos Deputados, em homenagem ao lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Gays, organizado pelo Deputado Carlos Giannazi, que inclusive pode ser acusado de quebra de decoro parlamentar.

Analisando o caso, quero dizer o seguinte: com todo respeito aos gays e a qualquer movimento que eles queiram criar ou organizar, mas se a câmara abrigar um show por eles patrocinados, poderia abrigar também um espetáculo circense, quando do lançamento de algum projeto que envolvesse essa categoria. Ou então algum evento indígena, ou algum relacionado às religiões afro-brasileiras. E sinceramente acho que o plenário não é lugar para espetáculos deste tipo.

Além do mais, ainda com todo respeito a isso, mas aquela cena foi patética. Alguém pode até chamar aquilo de arte, mas a imagem de um homem travestido, dançando, fazendo strip tease foi grotesca, bizarra. Aquilo foi um verdadeiro freak show. Até mesmo muita gente que pertence à classe gay condenou a cena. Ao invés de querer respeito, esse tipo de evento apenas transforma a imagem da classe em chacota, numa coisa ridícula. Uma coisa são eles lutarem pelos direitos que eles acham que devem ter, como união homossexual ou adoção de crianças. Outra é chocar, ser polêmico e passar essa imagem que quase a grande maioria fazem deles. Que são pessoas que gostam de aparecer gratuitamente. Fazer graça. Fazer questão de enaltecer que são diferentes e exóticos.

Enquanto essa imagem for a principal evidenciada pelo público, nunca vão conseguir ter o respeito que tanto buscam.

Alguém pode sim afirmar, até pelo enorme rejeição que têm dos políticos em geral, que os plenários da câmara também são ambientes sórdidos, onde os deputados podem discutir projetos de leis que beneficiam mais a eles do que a população que os elegeram. Mas cada um no seu lugar. Além do mais vamos falar a verdade: tenho certeza que assim como eu, a grande a maioria não ficaria nada feliz em abrigar um espetáculo de drag queens dentro da sua própria casa. Esse tipo de evento tem que acontecer em lugares próprios pra isso, como boates ou casa de shows.

Se esse tipo de coisa for tratado como normalidade, daqui a pouco eventos como esse acontecerão em templos religiosos, escolas, empresas.

Acho que para conquistar respeito tem que se dar ao respeito. Se quiser que uma ideologia seja levada a sério, tem que ser tratada com seriedade. Respeito todos direcionamentos morais, mas seria muito válido para qualquer causa se os direcionamentos morais respeitassem nossas condutas sócias.

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